A urucubaca das reprises da Record
"Vidas Opostas" e resultados também opostos. A novela de Marcílio Moraes deu muitas alegrias à Record em sua exibição original, porém sua reprise, no ar desde o dia 28 de março, não passa de uma tremenda dor de cabeça, um grande mau passo. Enquanto o repeteco tem registrado médias em torno de 4 pontos, a exibição de 2006 sambava nos 13. SBT e Band cresceram no horário, derrubando o status de vice-líder do canal de Edir Macedo. Diante do funesto cenário, a Record já anuncia as últimas semanas do folhetim, trazendo o letreiro estampado nas chamadas de capítulo. Escalada com a intenção de atrapalhar o bom desempenho de "Avenida Brasil", da Globo, a reexibição estava programada para durar até o fim do ano, mas, fracassada, não passará deste mês. A partir de agora, "Vidas Opostas", que possui exaustivos 240 capítulos, será picotada sem piedade. Antes retalhada que cancelada, já dizia o pastor.
O fiasco da reexibição de "Vidas Opostas", na verdade, só vem reafirmar uma triste constatação: ninguém está interessado em rever as novelas da Record. Se pararmos para analisar, o histórico de reprises malsucedidas do canal não é nada pequeno. Sobram exemplos...
Maurício Mattar em "Louca Paixão" |
"Prova de Amor" (2005), a novela de maior êxito da atual fase da dramaturgia da emissora, voltou em 2008 e foi pontuada por altos e baixos na audiência. Assim como deu 9, também chegou a cravar míseros 2 pontos em plena faixa vespertina. Mesmo assim, ficou mais de nove meses em cartaz. Na sequência, veio "Bicho do Mato", que não durou quatro meses no ar. Devido ao fracasso em todas as praças brasileiras, os 212 capítulos originais foram condensados em cerca de 80. Mais uma vez, a tentativa de emplacar o seu "Vale a Pena Ver de Novo" enviesou, abrindo espaço para uma nova aposta: um programa de auditório de péssimo gosto.
Realismo fantástico encheu a paciência |
O que há de errado com as reapresentações da Record? Seria o curto espaço de tempo entre exibição e reexibição? Seria o "samba do crioulo doido" que embala a sua programação? Seria a falta de tradição? Todas essas alternativas juntas e misturadas? O SBT, desde julho de 2010, mantém uma bela sessão de reprises, que atualmente concentra três novelas. A Record, que não se acanha em copiar estratégias alheias, deveria ir por aí: ser mais coerente, parar de atirar para todos os lados e buscar uma identidade. Colocar gente que entenda de TV - e não só de dízimos - no comando de tudo também ajudaria bastante. Do jeito que está, nem novela inédita consegue emplacar, que dirá repeteco.
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