Trajetória: Walmor Chagas

Neste domingo, 28 de agosto, Walmor Chagas está comemorando 81 anos de vida. Viva! Desses 81, pelo menos 60 foram dedicados ao teatro, cinema e TV, que lhe coroaram com inesquecíveis papéis.

Nascido em Porto Alegre (RS), Walmor de Souza Chagas iniciou sua carreira no teatro, em uma peça do escritor francês Jean Anouilh. Não demorou muito para o gaúcho acumular as funções de ator e diretor.

Em 1952, mudou-se para São Paulo e, em conjunto com Ítalo Rossi, fundou o Teatro das Segundas-Feiras. A iniciativa repercutiu em sua contratação pelo Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), onde atuou diversas vezes ao lado de Cacilda Becker, com quem casou-se e permaneceu unido até a sua morte (1969, aos 48 anos).

Com a filha Maria Clara e a esposa Cacilda
Em parceria com a esposa e o amigo Ziembinski (ator polonês de grande sucesso no Brasil), Walmor fundou o Teatro Cacilda Becker, em 1958. A companhia lançou diversos espetáculos e muitas das montagens contaram também com a direção do ator.

Não foram poucos os trabalhos no palco. Entre os mais importantes, destacamos "Quem Tem Medo de Virgínia Woolf?" (1965) e "Esperando Godot" (1969), último desempenho de Cacilda Becker, vitimada por um aneurisma cerebral num intervalo do espetáculo.

No cinema, Walmor estreou em 1965, colecionando a partir de então vários filmes no currículos, como "São Paulo S/A" (1965), “Xica da Silva”(1976), "Luz del Fuego" (1982), entre outros.

Na televisão, que é o que nos interessa realmente aqui, Chagas ingressou também em 1965, na pioneira e extinta TV Tupi. Lá, fez "Teresa" (1965), "O Amor Tem Cara de Mulher" (1966), "As Bruxas" (1970), entre outros sucessos da segunda metade dos anos 60.

Em 1970, a Globo acenou e Walmor deixou a Tupi. Na platinada, cuja dramaturgia estava em pleno processo de fortalecimento, o ator encabeçou o elenco de "Corrida do Ouro" (1973), "O Grito" (1975) e "Locomotivas" (1977). Depois disso, voltou à Tupi e participou de "Como Salvar Meu Casamento" (1979), novela que fechou as portas da emissora para sempre.

Em "Os Maias" (2001)
Então, em 1980, Walmor voltou para a Globo e passou a colecionar papéis. Entre tantos, destacamos o marchand Alberto Karany de "Coração Alado" (1980), o vilão Oliva de "Vereda Tropical" (1984), o poderoso Guilherme Amarante Paes de "Salsa e Merengue" (1997), o Dom Afonso da Maia da minissérie "Os Maias" (2001), entre outros.

Mesmo com personagens importantes no histórico, Walmor é um ator conhecido por fazer pequenas participações em novelas. Em 2009, quando questionado em uma entrevista sobre essa curiosidade de sua carreira, Chagas respondeu: "É escolha minha porque novela dá muito trabalho. Até me convidam, mas não aceito. Só ator de país pobre como o Brasil se sujeita a esse gênero. Sou um ator teatral e acho cansativo. Até porque novela é muito repetitiva. São sempre as mesmas histórias... Não acho mais interessante. Achei interessante quando precisava financeiramente. Hoje em dia, não topo mais, a não ser quando é participação. Aí eu morro logo e pronto." E disse mais: "Não tenho mais paciência de ficar 8 meses fora de casa, no Rio. Mesmo em hotel, é muito sacrificado. E ainda estando num trabalho que acho muito descaracterizado. Não acho um trabalho artístico. Essa industrialização obriga a uma velocidade de cena, de produção e os próprios autores não aprofundam os personagens, porque senão perdem o ibope. Os personagens são superficiais. Ontem o cara perdeu a mãe e hoje está passeando na praia. Isso me deixa irritado."

Em "A Favorita" (2008)
Em 2007, Walmor apareceu na tela da Record em uma participação em “Caminhos do Coração”, vivendo um personagem que desencadeou toda a história do folhetim. No ano seguinte, retornou ao Projac para dar vida ao Dr. Salvatore, uma das vítimas de Flora (Patrícia Pillar) na aclamada "A Favorita".

Recentemente, a imprensa especulou um acerto do ator com o SBT para reforçar o elenco da desenxabida "Amor e Revolução". Ao mesmo tempo, o nome de Chagas foi precitado para a série global "Lara com Z". No entanto, nenhuma produção teve a honra de contar com ele.

De acordo com o site Dramaturgia Brasileira, Walmor vive há mais de dez anos em um sítio em Guaratinguetá (SP), na Serra da Mantiqueira. De seu refúgio, só sai quando, eventualmente, aparece algum trabalho que desperte seu interesse.

Walmor Chagas, vida longa!

Comentários

  1. A melhor lembrança que tenho de Walmor Chagas é em Vereda Tropical 9eu acho) em que a Geórgea Gomide dizia "Aqueles cabelo fofo de algodão" hahaha...
    Faz tempo =S

    Parabéns pra ele =D

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  2. Walmor Chagas... esse nome: Sem comentários!

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